Perguntas são como um molho de chaves.
Cada uma leva a um novo recinto
Desse estranho e labiríntico palácio que é a mente.

Sento-me na mais distante das pedras
As ondas a rebentarem contra mim
Quem sabe alguma me derrube
E me leve consigo para o mar
A profundidade do mar.
Ao menos me pouparia deste poema.
Mas a meia-lua no meio do céu
Me vigia, me protege, me aliena
Me ama
Maldita meia-lua no meio do céu.
O céu, vermelho, se entristece
E as almas choram das nuvens
Por quê?
Por quê? Ó céu, ó mar,
Ó meia-lua no meio do céu
Porque conheço segredos
Que o vento me vem revelar.
Em uma onda do mar vejo meu reflexo, e sei que ele me vê
Por que ele não diz nada?
Por que não diz algo sábio?
Por que não me salva, se sabe que somos o mesmo?
Parece tão forte, tão seguro
Tão são de si mesmo
Em um instante ele quebra em mim
Em um instante meus sonhos são destruídos
Um castelo de areia que se dissolve no mar
Em um instante minha razão é lavada pela água
Em um instante o medo não passa de ilusão
Em um instante o mundo explode
Em um instante tudo que sou é a antítese de mim mesmo

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