Luto pela morte de um poema

Faz uns dias, comecei um poema.
Era bonito.

Falava sobre coisas que eu não entendo:
a vida, o tempo, o amor...

Hoje não consigo mais sair ao quintal.
Saudades de pensar naquele poema,
de me entregar àquele poema.
Saudades do que nunca aconteceu.

O poema morreu.
Não sei bem o que o matou:
se foi o esquecimento
(que é o jeito mais triste de morrer)
ou se matei-o eu.

Sei que não chorei pelo poema,
pois, do poema morto, uma flor nasceu.

São Paulo
4 de setembro de 2009

Um comentário:

  1. Um dia quando vc escrever o seu primeiro livro de poemas, me lembra de comprar o primeiro exemplar :) Liiindo!

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