Soneto do Poeta-rei Ou A estrela solitária na praia de Santo André

Hoje sou a ironia do Poeta-rei
Tudo que me mantinha vivo foi levado
Meus sonhos, desejos, planos; e meu reinado
O tempo me venceu, provou que nada sei.

Não nado mais naquele doce mar salgado
Épocas em que eu podia rir e chorar
Com o amor de uma criança a brincar
Alegrava-me, e eu ficava sarado.

Digam-me: que foi que aconteceu comigo?
Eu não costumava ser assim meus amigos
Eu sabia ouvir, cantar, dançar e pular.

Expliquem-me o que aconteceu comigo
Depois que a estrela me abandonou
Nada restou do amor que já se amou.

São Paulo
2002

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