Quase um soneto Ou Tupã, O trovão indiscreto

Hesito. Como começar este poema?
Os sons me escapam, se dissolvem no ar;
Na intensidade impura que é o olho sem olhar
Desfaço. Não tem solução este dilema.

Persisto. Arauto do eterno retorno
Pajé do armado concreto
Tupã, o trovão indiscreto
Caminho. Paixão visceral e sem adorno

Demoro. Cada instante é precioso
Como o vapor condensando na madeira
Como a gota, e todas as coisas o são à sua maneira

Danço. Sozinho no breu
Cada passo em falso é perigoso
Eu sou a cidade, a cidade sou eu

Porto / São Paulo
2006 / 2010

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