O paradoxo da existência é um milagre. Como explicar o
inexplicável? Não seria mais simples se nada existisse, se O Nada
existisse? Ou será O Nada algo mais complexo do que a própria
existência, assim como o não-agir é com o agir? Pois não-agir é
também agir. Mesmo os mais sábios, aqueles que conhecem segredos
antigos e perigosos, que ignoram o frio e a fome, o cansaço e a
sede, o apego e a frustração; mesmo eles, existem e agem. Posto que
existimos, não há volta, O Nada só pode ser o outro lado da
existência. O Nada está lá fora, em meio ao mistério indecifrável
das estrelas, a imensidão incomensurável dos átomos, a ilusão
infinita do tempo, a transcendência das mentes, os paradoxos que
regem o mundo. Morrer é viver. Viver é morrer.
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